Como falar sobre morte com as crianças?

21:23 Tia Vera 0 Comments

Boa noite queridos! Essa semana perdemos um de nossos coelhinhos, nosso amado Tutinha. Foi uma perda muito difícil, pois ele estava conosco há 5 anos e era muito querido. Então pensando nisso resolvi falar sobre esse assunto com vocês, normalmente nem nós adultos temos muito preparo para lidar com a morte, imagine então uma criança pequena. Como dizer a ela que seu animalzinho de estimação está morto, que não vai voltar? Como falar sobre a morte de um familiar querido? Espero que este post ajude a tratar melhor essa questão com os pequenos.
Quando falar sobre a morte?
Não existe momento certo, segundo os especialistas, por volta dos 5 anos as crianças começam a entender as relações sobre a vida, portanto seria teoricamente a idade ideal. 
Comece portanto dando exemplos práticos, aquele feijãozinho plantado no algodão pode ser um ótimo aliado. Explique para a criança o ciclo da vida, semeie a plantinha e mostre como ela nasce, cresce, adoece e morre. A criança precisa compreender que tudo que nasce morre, e que uma vez morto perde sua funcionalidade, não age, não come, não corre, ou seja, é uma condição sem volta.
Crianças podem ir à velórios?
Sim. Não se deve forçar, deve ser algo natural, da vontade dela. É bom que ela participe do ritual. Explique como é o velório e deixe que ela decida se deseja participar. 
Como contar que alguém que ela gosta morreu?
Não esconda nada nem invente histórias para a criança. Frases como "ele partiu" ou "ele dormiu para sempre" podem confundir a cabeça dos pequenos. As crianças costumam levar tudo ao pé da letra e podem achar, por exemplo, que ao dormirem correm o risco de nunca mais acordar. 
Dizer que "virou estrelinha" também não é bom, pois em sua inocência a criança pode ficar elaborando planos impossíveis de alcance.
Então o que dizer? Se a pessoa estava doente, lembre a história da plantinha, do ciclo da vida, e use sempre a palavra morte, para que fique bem claro o que aconteceu.
Se foi uma morte inesperada, seja sincera com a criança, e permita que ela tire suas dúvidas. Não precisa esconder suas emoções, mas é preciso ter um maior controle delas diante do pequeno.
Como contar que o bichinho de estimação morreu?
 Quanto menor a criança for e mais apegada ao bichinho for, maior é o cuidado que os pais devem ter. 
Para que tudo fique bem resolvido na cabeça da criança, a morte do animal deve ser valorizada. Por exemplo, se o peixe do aquário morre, os pais jogam pela privada, isso demonstra uma maneira muito superficial e a criança não aprende a lidar da melhor maneira. Os rituais existem para que a gente consiga assimilar a passagem da vida, portanto enterrar o bichinho é a melhor atitude. Além de mostrar muito mais afetividade.
Algumas crianças podem ver a morte do bichinho de maneira diferente. Algumas de alguma forma podem se sentir culpadas, achando que ele morreu por algo errado que ela fez. É importante que ela não se sinta culpada, que aprenda a discriminar isso. Outro aspecto que a morte do animal pode causar é despertar a curiosidade da criança em relação à própria morte, à morte dos pais, uma quantidade enorme de sentimentos pode aflorar e claro, todas as dúvidas devem ser esclarecidas da maneira mais honesta possível.
Alguns pais tem a sensação que arrumar um substituto é o melhor jeito de fazer a criança esquecer logo a morte do bichinho. Mas essa não é a melhor maneira de lidar com a situação. Especialistas explicam que são essas perdas que sofremos ao longo da infância que nos treinam para a vida adulta. Então temos que respeitar o sentimento da criança em relação ao animalzinho que se foi ao invés de anular com outro animal, impedindo-a de lidar com o sentimento. Outro bichinho vira uma válvula de escape, fazendo com que a criança possa se comportar como as pessoas que vão às compras quando estão deprimidas, sendo que o ideal é que a criança aprenda a lidar com o sentimento de perda. É importante lembrar dos bons momentos vividos com o animalzinho e que ele não é substituível. Entretanto se após quatro ou cinco meses ela se interessar por outro bichinho é uma ótima ideia.  
É bom que os pais conversem com o professor, pois a criança pode apresentar algum comportamento diferente, é essencial que ela se sinta acolhida nesse momento.  
Quando a criança pergunta o que significa morrer, o que responder?
Novamente, seja sincera. Primeiramente tenha em mente o que você mesma pensa sobre a morte, se existe alguma continuação ou não. E passe a sua visão para a criança. É importante que diga que existem pessoas que pensam diferente de você e explique outros pontos de vista.
Como ajudar a criança durante o luto?
Deixe que a criança exponha seus sentimentos, diga que também está sofrendo e que sente saudades. Dê muito carinho e apoio a ela. Garanta que ela nunca estará sozinha, que há muitas pessoas que gostam dela e que vão cuidar dela (isso caso o ente que seja o pai ou mãe da criança).
É natural que as crianças passem por uma mudança de comportamento durante esse período, podem ir mal na escola, fazer xixi na cama, ficar revoltados, com raiva ou demonstrar medo. É importante que a criança tenha apoio dos familiares, colegas e professores. Normalmente isso dura um certo período e depois passa, ficando o chamado luto saudável, caso seja necessário a criança pode ser levada à um especialista para acompanhamento psicológico. 
Mas, depois de certo tempo, todos percebemos que é possível lembrar do ente querido de forma leve e sem sofrimento. Saudade sim, tristeza não.
  

Esse é o Tutinha, que deixou muitas saudades em nossos corações!






Que falta me faz esse meninão!



Enfim, juntinhos novamente, Tutinha e Felício ao lado de São Francisco de Assis


 

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