domingo, 10 de agosto de 2014

Como falar sobre morte com as crianças?

Boa noite queridos! Essa semana perdemos um de nossos coelhinhos, nosso amado Tutinha. Foi uma perda muito difícil, pois ele estava conosco há 5 anos e era muito querido. Então pensando nisso resolvi falar sobre esse assunto com vocês, normalmente nem nós adultos temos muito preparo para lidar com a morte, imagine então uma criança pequena. Como dizer a ela que seu animalzinho de estimação está morto, que não vai voltar? Como falar sobre a morte de um familiar querido? Espero que este post ajude a tratar melhor essa questão com os pequenos.
Quando falar sobre a morte?
Não existe momento certo, segundo os especialistas, por volta dos 5 anos as crianças começam a entender as relações sobre a vida, portanto seria teoricamente a idade ideal. 
Comece portanto dando exemplos práticos, aquele feijãozinho plantado no algodão pode ser um ótimo aliado. Explique para a criança o ciclo da vida, semeie a plantinha e mostre como ela nasce, cresce, adoece e morre. A criança precisa compreender que tudo que nasce morre, e que uma vez morto perde sua funcionalidade, não age, não come, não corre, ou seja, é uma condição sem volta.
Crianças podem ir à velórios?
Sim. Não se deve forçar, deve ser algo natural, da vontade dela. É bom que ela participe do ritual. Explique como é o velório e deixe que ela decida se deseja participar. 
Como contar que alguém que ela gosta morreu?
Não esconda nada nem invente histórias para a criança. Frases como "ele partiu" ou "ele dormiu para sempre" podem confundir a cabeça dos pequenos. As crianças costumam levar tudo ao pé da letra e podem achar, por exemplo, que ao dormirem correm o risco de nunca mais acordar. 
Dizer que "virou estrelinha" também não é bom, pois em sua inocência a criança pode ficar elaborando planos impossíveis de alcance.
Então o que dizer? Se a pessoa estava doente, lembre a história da plantinha, do ciclo da vida, e use sempre a palavra morte, para que fique bem claro o que aconteceu.
Se foi uma morte inesperada, seja sincera com a criança, e permita que ela tire suas dúvidas. Não precisa esconder suas emoções, mas é preciso ter um maior controle delas diante do pequeno.
Como contar que o bichinho de estimação morreu?
 Quanto menor a criança for e mais apegada ao bichinho for, maior é o cuidado que os pais devem ter. 
Para que tudo fique bem resolvido na cabeça da criança, a morte do animal deve ser valorizada. Por exemplo, se o peixe do aquário morre, os pais jogam pela privada, isso demonstra uma maneira muito superficial e a criança não aprende a lidar da melhor maneira. Os rituais existem para que a gente consiga assimilar a passagem da vida, portanto enterrar o bichinho é a melhor atitude. Além de mostrar muito mais afetividade.
Algumas crianças podem ver a morte do bichinho de maneira diferente. Algumas de alguma forma podem se sentir culpadas, achando que ele morreu por algo errado que ela fez. É importante que ela não se sinta culpada, que aprenda a discriminar isso. Outro aspecto que a morte do animal pode causar é despertar a curiosidade da criança em relação à própria morte, à morte dos pais, uma quantidade enorme de sentimentos pode aflorar e claro, todas as dúvidas devem ser esclarecidas da maneira mais honesta possível.
Alguns pais tem a sensação que arrumar um substituto é o melhor jeito de fazer a criança esquecer logo a morte do bichinho. Mas essa não é a melhor maneira de lidar com a situação. Especialistas explicam que são essas perdas que sofremos ao longo da infância que nos treinam para a vida adulta. Então temos que respeitar o sentimento da criança em relação ao animalzinho que se foi ao invés de anular com outro animal, impedindo-a de lidar com o sentimento. Outro bichinho vira uma válvula de escape, fazendo com que a criança possa se comportar como as pessoas que vão às compras quando estão deprimidas, sendo que o ideal é que a criança aprenda a lidar com o sentimento de perda. É importante lembrar dos bons momentos vividos com o animalzinho e que ele não é substituível. Entretanto se após quatro ou cinco meses ela se interessar por outro bichinho é uma ótima ideia.  
É bom que os pais conversem com o professor, pois a criança pode apresentar algum comportamento diferente, é essencial que ela se sinta acolhida nesse momento.  
Quando a criança pergunta o que significa morrer, o que responder?
Novamente, seja sincera. Primeiramente tenha em mente o que você mesma pensa sobre a morte, se existe alguma continuação ou não. E passe a sua visão para a criança. É importante que diga que existem pessoas que pensam diferente de você e explique outros pontos de vista.
Como ajudar a criança durante o luto?
Deixe que a criança exponha seus sentimentos, diga que também está sofrendo e que sente saudades. Dê muito carinho e apoio a ela. Garanta que ela nunca estará sozinha, que há muitas pessoas que gostam dela e que vão cuidar dela (isso caso o ente que seja o pai ou mãe da criança).
É natural que as crianças passem por uma mudança de comportamento durante esse período, podem ir mal na escola, fazer xixi na cama, ficar revoltados, com raiva ou demonstrar medo. É importante que a criança tenha apoio dos familiares, colegas e professores. Normalmente isso dura um certo período e depois passa, ficando o chamado luto saudável, caso seja necessário a criança pode ser levada à um especialista para acompanhamento psicológico. 
Mas, depois de certo tempo, todos percebemos que é possível lembrar do ente querido de forma leve e sem sofrimento. Saudade sim, tristeza não.
  

Esse é o Tutinha, que deixou muitas saudades em nossos corações!






Que falta me faz esse meninão!



Enfim, juntinhos novamente, Tutinha e Felício ao lado de São Francisco de Assis


 

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